terça-feira, 10 de julho de 2012

Você



Queria dormir onde você mora, saber da cor do seu travesseiro, do seu café matutino e da cerveja na geladeira. Espreguiçar suas janelas manhosas e beijar seus olhos toda manhã. Essa vontade constante de moldar seu contorno morno com a palma da mão, com o meio do cobertor sem o barulho do ventilador de teto. Te amo um tanto de vezes que nem sei ao certo o que isso quer dizer nos seus dias. Te quero um tanto de tempo que nem seu relógio aguenta. Te observo durante vidas inteiras, não te aguardando, mas criando-te em festa, orgias vãs, ônibus apertado. Te querer me consome os pulmões e você nem cigarro é.

3 comentários:

  1. Nosso maior vício é aquilo que as mãos não tocam.
    A gente compra, não tá satisfeito, a gente aluga, inveja, tudo bem. Mas basta não poder ter, mesmo, que a gente vicia. Vira obsessão. Somos doentes.

    Beijo.
    Amei o texto!

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  2. E a saída pode ser veneno pior que o vício. E isso também é salvação. Beijo!

    Ah, por favor, tira essa verificação de palavras dos comentários. haha

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