domingo, 25 de novembro de 2012

Au revoir



Abandonei-me quando lhe abri a porta. Essa sensação de te ser pouco, rasa, detalhe com ares bonitos, traiu-me o caminho. Perdoe-me por desistir de mim, de te querer assim. É verdade, você me avisou que dormia nos lençóis terrenos. Que sua morada não tem telhado e eu teimei em querer secar seus dias da chuva. Eu sempre tão pequena, tão medrosa, tentando correr até o fim do calendário e você sem se importar se é terça ou domingo. A raiz da mangueira não é rosada como a fruta. Quando finca, faz morada, fere a terra que lhe acolhe piedosamente. Cansei do peso do cheiro da terra em mim. Artérias e poros engasgados todas às vezes que compra as passagens de vinda. "De tanto bater meu coração parou".Acabou o que nem início teve. Talvez lhe mande notícias boas daqui uns tempos, mas sempre fica a desconfiança de não ter um destinatário para os postais. Saudades suas, sempre, e de um inverno que nem tirou o casaco do armário.





Não volto mais pra essa morada, inté.